Figueira de Castelo Rodrigo recebe prova do campeonato nacional de TREC
A autarquia de Figueira de Castelo Rodrigo, em parceria com a Associação Transumância e Natureza, sob a égide da Federação Equestre Portuguesa, organizam nos próximos dias 29 e 30 de Maio, uma prova equestre, a contar para campeonato nacional de TREC (Técnicas de Randonné Equestre de Competição).
O concelho de Figueira de Castelo Rodrigo recebe assim mais uma importante prova de cariz nacional, que irá contar com cerca de 50 cavaleiros de todo o país, nas diferentes categorias de iniciados open, juvenis, juniores e seniores.
A prova decorrerá ao longo de 2 dias, o primeiro dos quais (29 de Maio), dedicado a um percurso de orientação através de caminhos rurais por grande parte do concelho. O segundo dia (30 de Maio), centrará os exercícios de Medição de Andamento (MA) e Percurso por Terreno Variado (PTV) num enorme prado natural repleto de árvores centenárias situado nas imediações do Convento de Santa Maria de Aguiar (a 2 Km de Figueira de Castelo Rodrigo).
Figueira de Castelo Rodrigo é ainda um concelho com pouca tradição equestre, no entanto, o seu relevo suave (planaltos) com grande diversidade de paisagens naturais onde alternam prados, bosques, montados, vinhas, searas, olivais, aliado ao rico património histórico e cultural, fazem com que, em toda a Beira Interior, Figueira de Castelo Rodrigo seja o cenário mais promissor para esta actividade emergente que é o Turismo Equestre.
Figueira continua assim na rota dos grandes eventos, com o objectivo primordial de promover o concelho e a região, atraindo mais gente a este território, fomentando assim o turismo. Esta prova equestre é também susceptível de potenciar a vinda de muitos amantes da modalidade para assistir à competição, dinamizando assim a economia da região, em particular os estabelecimentos hoteleiros e de restauração.
Turismo Equestre/TREC
Técnicas de Randonnée Equestre de Competição
Criada em França, em 1985, esta modalidade tem como objectivo desenvolver o ensino do cavalo e conferir aos praticantes uma maior autonomia que lhes permita viajar a cavalo com mais segurança.
A disciplina desenvolveu-se a partir do aperfeiçoamento do ensino do cavalo de sela, tendo em conta as dificuldades naturais de percurso que, aliadas às dificuldades de orientação, perturbam um simples passeio ou randonnée. É neste ponto que incide a avaliação de um “cavalo de TREC” e do cavaleiro, que terão que saber por onde e como desejam fazer um passeio, sem se perderem, controlando os andamentos, por forma a retirar o melhor partido das qualidades naturais ou adquiridas através do ensino.
Praticada um pouco por todo o mundo, esta modalidade mobiliza um grande número de praticantes, cujas idades variam entre os 12 e os 75 anos.
Em termos de provas, o TREC inclui três exercícios que se caracterizam, sobretudo, pelo respeitar das velocidades impostas, que são penalizáveis por excesso ou por defeito:
1 – Percurso de Orientação e Regularidade
Nesta prova, o ponto chave é seguir o itinerário marcado numa carta, respeitando as velocidades impostas, nas várias condições topográficas possíveis. O traçado varia entre 12 e 60 km, onde os concorrentes são surpreendidos por postos aleatórios de controlo de velocidade. Esta deve situar-se entre os 5 e 12 km/h.
2 – Percurso por Terreno Variado
Disputada parte a cavalo e parte a pé, ao longo de 2 a 5 Km. Os concorrentes terão que ultrapassar 12, 16 ou 18 dificuldades que podem variar entre saltar um tronco derrubado, galopar sob fasquias soltas, passar uma ponte estreita sobre um riacho, entre outras.
3 – Medição de Andamentos
Neste exercício é apreciado o ensino do cavalo, em que são cronometrados o galope mais lento e concentrado e o passo mais amplo e rápido possíveis.
Antes, ao longo das provas e mesmo no final, é feita uma inspecção e o equipamento utilizado é sujeito a avaliação. Tudo é inventariado, desde os ferimentos inesperados, à medicação, passando pela comodidade dos arreios, a ração, a água ou as bússolas e as lanternas utilizadas.
É ainda de referir que o TREC é uma disciplina de competição bastante económica e que não exige da parte do cavaleiro e do cavalo níveis exigentes de preparação.