Plataforma de Ciência Aberta acolhe exposição inédita em Portugal sobre alterações climáticas

Problemática que será trabalhada, em paralelo, com a comunidade escolar e residentes de
Figueira de Castelo Rodrigo, com o objetivo de sensibilizar para as alterações climáticas e criar
uma extensão da mostra alusiva a Portugal. Programa educativo para o público escolar
nacional na calha.
A Plataforma de Ciência Aberta, no concelho de Figueira de Castelo Rodrigo, acolhe até agosto
uma exposição multimédia internacional intitulada “Conversas com o Planeta Terra:
Comunidades Locais e Alterações Climáticas”, pela primeira vez em Portugal, com
testemunhos, fotografias e vídeos captados nos quatro cantos do Mundo. Até lá, antes de
seguir para outro país, a mostra deverá ganhar uma extensão alusiva a Portugal, através do
contributo dos visitantes e da criação de novos conteúdos em colaboração com a comunidade
escolar local e residentes no concelho.
A exposição, com entrada gratuita, foi inaugurada no sábado (17 fevereiro) e inclui reportagens,
retratos poderosos, entrevistas na primeira pessoa e vídeos participativos. Através dos
recursos multimédia, o visitante emerge nos sons e no tato dos lugares e das suas gentes,
recriando uma experiência íntima com os diferentes pontos do Planeta e escutando a história
de pessoas sobre como as alterações climáticas mudaram o seu quotidiano. Através desta
iniciativa, a Plataforma de Ciência Aberta pretende contribuir para a consciencialização sobre a
problemática e, paralelamente, trabalhar a temática com a comunidade do concelho de Figueira
de Castelo Rodrigo com vista à criação da extensão portuguesa, através da realização de um
vídeo e de conteúdos para um novo painel expositivo.
«Auscultaremos a comunidade local com o objetivo de identificarmos as problemáticas
relacionadas com as alterações climáticas que detetam já na região, como por exemplo ao
nível da agricultura ou da paisagem, e colocaremos os alunos das escolas a recolher os
testemunhos e as imagens dos residentes mais velhos sobre como era a vida no passado e
quais as diferenças que sentem», explica o coordenador educativo da Plataforma de Ciência
Aberta, Paulo Jorge Lourenço. A ideia é a de que este trabalho resulte num vídeo semelhante
aos que se encontram na exposição, com a coordenação da equipa que os produziu, a
InsighShare.
Os visitantes da região poderão também contribuir para a criação da extensão portuguesa. Na
exposição há um espaço onde é possível escrever sobre o que cada um já detetou localmente
como consequência das alterações climáticas. Além disso, a exposição está a ser
complementada com a criação de um programa educativo que permitirá a alunos de escolas de
todo o país desenvolver gratuitamente oficinas e atividades várias sobre a temática na
Plataforma.
“Conversas com o Planeta Terra” é uma iniciativa internacional fundada com a participação
conjunta da Land is Life, organismo internacional dedicado à defesa dos direitos das
comunidades indígenas e à educação, InsightShare e Nicolas Villaume, cofundador e fotógrafo
principal do projeto multimédia.
«A exposição é muito importante para mostrar às pessoas que as alterações climáticas são
reais e afetam pessoas reais, em locais concretos, e traz esta questão do nível global para os
espaços e enquadramentos que nos rodeiam, contribuindo para mudanças de atitude e para
que as comunidades locais se prepararem para os impactos, como situações de seca, chuva
extrema ou ondas de calor», afirma Anabela Carvalho, membro do Painel Científico da
Estratégia Nacional de Adaptação às Alterações Climáticas, que esteve na inauguração. Na
cerimónia marcaram também presença o astrofísico Pedro Russo, da Universidade de Leiden e
coordenador da rede internacional Open Science Hub, Paulo Langrouva, presidente do
Município de Figueira de Castelo Rodrigo, e Teresa Firmino, editora de Ciência do jornal
Público.
O Presidente do Município está confiante no sucesso da iniciativa: «Considerando a
importância do tema e da problemática, muito em voga e que tanta discussão tem gerado,
inclusive em cimeiras mundiais, as expetativas só podem ser elevadas relativamente à
visitação da exposição e da Plataforma». A Plataforma de Ciência Aberta, a funcionar desde
julho do ano passado na pequena localidade de Barca d’Alva, recebeu mais de 1500 visitantes
em pouco mais de meio ano.
A Plataforma de Ciência Aberta é o primeiro centro da rede internacional Open Science Hub
( OSH ) e tem como objetivo aproximar a ciência, a tecnologia e a inovação do quotidiano das
comunidades locais e regionais. Foi criada no âmbito de um protocolo que junta o Município de
Figueira de Castelo Rodrigo e a Universidade de Leiden (Holanda) numa rede global de
parceiros de vários países europeus.