Revitalizar a linha do Douro entre Pocinho e Barca d’Alva pode custar 25 milhões
Durante o encontro foram analisados os valores necessários para a revitalização da linha, além do modelo de negócio para a sua recuperação e gestão futura.
Ricardo Magalhães adiantou que para “seis ou sete” vertentes de intervenção, serão necessários entre 20 a 25 milhões de euros” para a requalificação desta via, uma tarefa que “terá de se pautar pela segurança e pelo conforto”, e aí “não se pode poupar dinheiro”, defendeu.
O Chefe de Estrutura de Missão do Douro, Ricardo Magalhães, considerou que este é um “projecto de desenvolvimento regional” que se afirma como um “imperativo” económico, social, ambiental mas “essencialmente cultural”, numa região que “é um dos últimos redutos de elevado valor cénico do país”.
“Hoje fechámos a fase elementar de aquisição de conhecimento”, adiantou o responsável, referindo que até ao Natal irão decorrer várias reuniões de trabalho.
A Comissão vai ainda solicitar uma reunião à secretária de Estado dos Transportes, Ana Paula Vitorino, às comissões de coordenação e desenvolvimento regional do Norte e do Centro e à REFER, “no sentido de estudar os modelos de concessão, exploração, execução de obra”.
“Existe um compromisso público, assumido pelos programas operacionais regionais, de suportarem uma parte dos custos, e com o país vizinho outras ferramentas de cooperação, como o programa ‘Cúpulas del Douro’ e INTERREG”, sendo que a seu tempo serão preparadas “as devidas engenharias financeiras”, salientou Ricardo Magalhães.
O estudo agora elaborado tem como objectivo essencial o turismo, mas a Comissão pretende alargá-lo para fins comerciais.
António Edmundo, presidente da Câmara Municipal de Figueira de Castelo Rodrigo, acredita existir já “o reconhecimento das diversas entidades de que este investimento é verdadeiramente transversal e capaz de alterar o ciclo de desenvolvimento neste região”.
“Sem dúvida que ligar o Porto a Salamanca – a ‘salamancada’ que se iniciou no século passado – pode ser uma realidade e oxalá seja concluída por nós”, defendeu o autarca.
António Edmundo afirma que neste momento as autoridades espanholas já estão a tratar da recuperação das estações abandonadas, para fins turísticos e comerciais, “porque as exigências para fins turísticos são maiores e naturalmente permitem o fim comercial”.
“Não temos dúvidas que esta é uma das áreas em que se vai catapultar o investimento, para atrair novos fluxos, e ancorar uma região que vai ter em breve o Museu do Côa”, sustentou.
O relatório agora apresentado surge 11 meses depois de várias autarquias e entidades da região do Douro terem concordado unir esforços para conseguirem a reactivação daquele troço ferroviário de 28 quilómetros, desactivado há mais de duas décadas.
Fazem parte da Comissão de Revitalização da Linha do Douro os presidentes das câmaras de Figueira de Castelo Rodrigo, Torre de Moncorvo, Vila Nova de Foz Côa, Peso da Régua, Marco de Canaveses, Freixo de Espada-à-Cinta, a CCDR/N, o Chefe de Estrutura de Missão do Douro, o Director do Museu do Douro e a Presidente da Deputación de Salamanca.