Nave Redonda é um lugar anexo a Castelo Rodrigo, distando 6km da sede do Concelho. O orago é São Tiago. À entrada da povoação vê-se uma imagem de Santo Amaro, esculpida em pedra. Para além da estrada que une a sede do Concelho à aldeia de Escarigo, o lugar é servido também por outra que liga à freguesia de Mata de Lobos.

Deste povo ao rio dista um quarto de légua, pouco mais ou menos. Chama-se Ribeira de Aguiar por ficar perto da Senhora de Aguiar. Aqui nesta vizinhança é caudaloso no Inverno e toma bastante água. Há ali somente outro rio pequeno chamado Rexico e este seca mais breve no tempo de Verão e aquele chamado Aguiar vai por terra plana nesta vizinhança e dizem que nasce em Castela e corre para o Norte. As margens se cultivam e fabricam os lavradores para colherem trigo que é o fruto que dão.

Os frutos da terra são o trigo e centeio, alguma cevada ainda que pouca. O trigo e centeio também não é em demasia.

A Igreja Matriz é de características românicas, o templo possui uma capela-mor revestida por teto forrado em caixotões de madeira com pinturas modernas inspiradas em estampas piedosas (1ªmetade séc. XX).

O Altar-mor, de “estilo nacional”, ocupa toda a parede fundeira da igreja. Na larga tribuna, ladeada por colunas salomónicas, está colocada uma escultura de S. Tiago (séc. XVII).

No lado esquerdo do templo encontra-se um altar em honra de Santo Amaro, cuja festa se celebra dia 15 de janeiro (ou no domingo mais próximo deste dia).

A festa de Santo Amaro reúne todos os anos, nesta localidade, centenas de devotos, que em pagamento das suas promessas fazem ofertas de pão. Mas este pão tem características muito peculiares, é feito com as formas que os devotos pretendem e prometem, braços, pernas e até mesmo animais.

Outrora os “bonecos” eram feitos pelas próprias pessoas, que se deslocavam às padarias para os confecionar, mas hoje, e devido às restrições exigidas, são as padarias que têm essa missão.

São tradições como estas, que se tornam a identidade de um povo, que nos caracteriza e torna únicos.